A
QUESTÃO OMEPRAZOL VERSUS RANITIDINA / EV OU VO
Existem diversos
estudos de Medicina Baseada em Evidências a respeito da utilização de
Omeprazol, suas indicações precisas e comparações com os resultados
terapêuticas com uso de Ranitidina em substituição.
Um dos mais
importantes e que gerou diversas ações por parte das Operadoras de planos de
saúde foi o elaborado pela Câmara Técnica Nacional de MBE do Sistema Unimed: “Anti-ulcerosos inibidores da bomba de prótons
(IBP)”, de 30/06/2007, cujos autores são: Dr Álvaro Koenig, Dra. Sandra
de Oliveira Sapori Avelar, Dra Lélia Maria de Almeida Carvalho**, Dra. Célia
Maria da Silva**, Dra Izabel Cristina Alves Mendonça, Bibliotecária – Mariza
Cristina Torres Talim, Dr Alexandre Pagnoncelli, Dr Carlos Augusto Cardim de
Oliveira, Dra Claudia Regina de O. Cantanheda, Dra Izabel Cristina Alves
Mendonça, Dr Jurimar Alonso, Dr Luiz Henrique P. Furlan, Dra Silvana M Bruschi
Kelles
Os autores
apresentaram as seguintes conclusões:
1. Os diversos IBP (inibidores da bomba de prótons)
apresentam a mesma eficácia clínica?
2. Em quais situações
clínicas os IBP são superiores aos antagonistas H2?
Conclusões da Revisão apontada:
1. Todos os representantes IBP
apresentam eficácia clinica semelhante
2. Benefício definido:
a) IBP
são superiores aos anti H2 e misoprostol no tratamento de lesões (úlceras) gastrintestinais induzidas por AINE
b) IBP apresentam eficácia semelhante aos anti H2 e misoprostol na prevenção e na
terapia de manutenção de lesões gastrintestinais induzidas por AINE
c) IBP são superiores a placebo e aos antagonistas H2 na cicatrização
de úlceras pépticas
d) IBP são superiores a placebo e aos antagonistas H2 na redução da
chance de novos sangramentos e de cirurgia em úlceras sangrantes, mas não alteram a mortalidade
e) IBP são superiores aos anti H2 e a placebo no tratamento e manutenção
da doença
do refluxo gastroesofágico, tanto no alívio dos sintomas
esofagianos como dos extra-esofagianos
Benefício questionável:
a) No tratamento de sintomas dispépticos e na dispepsia funcional, os
benefícios dos IBP parecem promissores, mas são semelhantes aos dos anti H2.
Bibliografia:
1. Lesley
J.Scott, Christopher J. Dunn, Gordon Mallarkey and Miriam Sharpe Esomeprazole A
Review of its Use in the Management of Acid-Related Disorders in the US. Drugs
2002:62(7): 1091-1118
2. Dyfrig
A. Hughes, Keith Bodger, Peter Bytzer, Dirk de Herdt and Dominique Dubois. Economic
Analysis of On-demand Mantenance Therapy with Proton Pump Inhibitors in
Patients with Non-Erosive Reflux Disease Pharmacoeconomics 2005:23(10)
1031-1041
3. Hunt
Richard H. Importance of pH control in the Management of GERD. Arch Intern Med/Vol 159, Apr 12, 1999 649-657
4. Organização Panamericana de Saúde. Uso
racional de medicamentos: temas selecionados: inibidores da bomba de protous:
Indicações racionais: disponível em:
www.opas.org.br/medicamentos/docs/HSE-URM-IBP-1204.pdf
5. Salas
M, Ward A, Caro J. Are proton pump inhibitors the first choice for acute
treatment of gastric ulcers: a meta analysis of randomized clinical trials. BMC
Gastroenterology 2002;2(17).
6. Zed P
J, Loewen P S, Slavik R S, Marra C A. Meta-analysis of proton pump inhibitors
in
treatment
of bleeding peptic ulcers. Annals of Pharmacotherapy 2001;35(12):1528-1534.
7.
Leontiadis G I, Sharma V K, Howden C W. Proton pump inhibitor treatment for
acute peptic ulcer bleeding (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue
1, 2006.
8. Shiau
J Y, Shukla V K, Dube C. The efficacy of proton pump inhibitors in adults with functional
dyspepsia. 2002:30. Ottawa, ON, Canada: Canadian Coordinating Office for Health
Technology Assessment (CCOHTA)
9. Caro J
J, Salas M, Ward A. Healing and relapse rates in gastroesophageal reflux
disease treated with the newer proton-pump inhibitors lansoprazole,
rabeprazole, and pantoprazole compared with omeprazole, ranitidine and placebo:
evidence from randomized clinical trials. Clinical Therapeutics
2001;23(7):998-1017.
10.
Lightdale CJ, Schmitt C, Hwang C, Hamelin B. A multicenter, randomized,
double-blind, 8- week comparative trial of low-dose esomeprazole(20 mg) and
standard-doseomeprazole (20 mg) in patients with erosive esophagitis. Dig Dis
Sci. 2006 May;51(5):852-7
11. van
Pinxteren B, Numans ME, Bonis PA, Lau J. Short-term treatment with proton pump
inhibitors,
H2-receptor antagonists and prokinetics for gastro-oesophageal reflux
disease-like symptoms and endoscopy negative reflux disease. (Cochrane Review).
In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006.
12. Klok
R M, Postma M J, Van Hout B A, Brouwers J R. Meta-analysis: comparing the
efficacy of proton pump inhibitors in short-term use. Alimentary Pharmacology
and Therapeutics 2003;17(10):1237-1245.
13.
Rostom A, Dube C, Wells G, Tugwell P, Welch V, Jolicoeur E, McGowan J.
Prevention of NSAID-induced gastroduodenal ulcers (Cochrane Review). In: The
Cochrane Library, Issue 1, 2006
14 Evidence
and Grades of Recommendations - Oxford Centre for Evidence-Based Medicine. Disponível em URL: http://cebm.jr2.ox.ac.uk/docs/old_levels.html
15. LabenzB J,
Petersen KU, Rösch W, Koelz HR. A summary of Food and Drug Administration-reported adverse events and
drug interactions occurring during therapy with
omeprazole, lansoprazole and pantoprazole. Aliment.
Pharmacol. Ther. 2003 Apr;17(8):1015-9.
16.
Calabresi L, Pazzucconi F, Ferrara S, Di Paolo A, Tacca MD, Sirtori C.Pharmacokinetic
interactions between omeprazole/pantoprazole and clarithromycin in health volunteers.
Pharmacol. Res. 2004 May;49(5):493-9.
17. Horn
J. The proton-pump inhibitors: similarities and differences. Clin Ther. 2000 Mar;22(3):266-80;
discussion 265.
18.
Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health. Optimaltherapyreport Proton
Pump Inhibitor Project Overview: Summaries. Volume 1, Issue 1 March 2007
Atualmente pergunta
principal é: para profilaxia, faz diferença o omeprazol EV, VO ou Ranitidina?
Temos
um problema com relação ao uso do Omeprazol por SNE: os farmacêuticos não recomendam pelo risco
maior de obstrução da SNE.
A
literatura mostra, na maioria dos estudos em que é feita comparação, uma superioridade
do Omeprazol sobre a Ranitidina na velocidade da supressão ácida e no tempo de
manutenção do pH >4, porém não há diferença quando o desfecho pesquisado é
HDA ou mortalidade.
A
opção da Ranitidina EV ou por SNE para profilaxia me leva apenas a duas
preocupações:
1)
o desenvolvimento de tolerância à Ranitidina que ocorre em tempo variável após
o início de seu tratamento.
2)
a necessidade de correção da dose em pacientes com insuficiência renal, fato
desconhecido pela maioria dos nossos colegas.
Temos
assim as seguintes situações para indicação de Omeprazol EV:
·
LESÃO GASTROINTESTINAL COMPROVADA,
SEM SANGRAMENTO
·
LESÃO GASTROINTESTINAL COM SANGRAMENTO
·
DRGE COMPROVADA
·
PROFILAXIA EM INSUFICIÊNCIA RENAL, SEM
POSSIBILIDADE DE ADMINISTRAÇÃO VIA ORAL
·
INDICAÇÃO DE OMEPRAZOL, EM PACIENTE COM
SNE
Nenhum comentário:
Postar um comentário