MEDICINA NUCLEAR
CINTILOGRAFIA
A
Medicina Nuclear (MN) é uma especialidade que utiliza radionuclídeos para fins
diagnósticos e terapêuticos. Estes radionuclídeos possuem características
físicas e químicas adequadas para uso in vivo.
É um
método complementar que evidencia bem a função e metabolismo do órgão em
estudo, enquanto que a radiologia convencional, ultrassom (US), tomografia
computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) destacam melhor o aspecto
morfológico e anatômico.
O
tratamento utilizando radionuclídeos, também, está incluído nos objetivos da
MN, nos pacientes com hipertireoidismo, nas metástases captantes de câncer
diferenciado da glândula tireóide, nas metástases de tumores de supra-renal e
na dor óssea de origem metastática. No
tratamento da dor óssea o radioelemento mais empregado é o 153Samário (153Sa),
nas outras condições citadas usa-se o 131Iodo, sob a forma de iodeto para
as doenças da tireóide e ligado a um
análogo das catecolaminas para tumores da supra-renal.
A cintilografia
é um método diagnóstico que utiliza a medicina nuclear: na tela no computador, são geradas fotos ou filmes
da distribuição de um radiotraçador injetado no paciente que podem ser
analisadas da forma visual ou quantitativa através de cálculos da concentração
e velocidade de movimento desse radiotraçador.
Vantagens
·
Imagens
funcionais.
·
Método
indolor, não invasivo (o radiotraçador pode ser administrado por via venosa,
oral, inalatória ou subcutânea).
·
Ausência
de reação alérgica ao radiotraçador.
·
Menor
exposição à radiação relacionada a outras técnicas de imagem, principalmente
quanto se trata de imagem de corpo inteiro.
Desvantagens
·
Baixa
resolução para imagens anatômicas.
·
A
disponibilidade de certos radiotraçadores não é imediata, necessitando, em
algumas casos, espera de 1 a 2 semanas.
·
Por se
tratar de imagens funcionais, alguns exames precisam de preparo prévio
prolongado (1 a 90 dias) com restrição de certos tipos de alimentos e
medicamentos.
·
Alguns
processos fisiológicos a serem estudados não podem ser acelerados e a aquisição
das imagens podem levar até 60 minutos.
A principal limitação à maior utilização da medicina
nuclear é o custo.
Um radiofármaco incorpora dois componentes: Um radionuclideo,
ou seja, uma substância com propriedades físicas adequadas ao procedimento
desejado (partícula emissora de radiação beta, para terapêutica; ou partícula
emissora de radiação gama, para diagnóstico) e uma vetor fisiológico, isto é,
uma molécula orgânica com fixação preferencial em determinado tecido ou órgão.
Essencialmente, os radionuclideos são a parte radioativa dos radiofármacos e
estes também possuem uma molécula (não radioativa) que se liga ao radionuclídeo
(marcação radioativa) e o conduz para esse órgão ou estrutura que se pretende
estudar.
Tecnécio-99-metaestável:
é um radionuclideo artificial, criado pelo homem. Tem meia-vida de
aproximadamente 6 horas, isto é, a sua Atividade, ou "quantidade de
radioatividade" reduz-se para metade a cada 6 horas. Emite um fóton
gama com 140.511keV de
energia, ideal para a Câmara Gama. É muito reativo quimicamente, reagindo com
muitos tipos de moléculas orgânicas. Esta grande versatilidade química permite
que hoje em dia a grande maioria dos estudos em Medicina Nuclear sejam
efetuados com base no uso de radiofármacos Tecneciados.
Iodo-123 ou
Iodo-131: importantes no estudo da Tireoide. Têm emissão de radiação gama e beta, respectivamente.
Semi-vida de 8 dias para o I131, 13 horas para o I123.
Tálio-201:
tem propriedades químicas semelhantes ao Potássio, tendo sido utilizado durante
muitos anos para imaginologia cardíaca (integrava a bomba de sódio-potássio).
Os seus fótons gama têm energias baixas, mas as imagens eram menos nítidas e a
sua interpretação mais complexa. Semi-vida de 3 dias. Atualmente os estudos com
Tálio-201 têm caído em desuso, face ao aparecimento de novos radiofármacos
marcados com Tc-99m.
Gálio-67: tem
propriedades semelhantes ao íon Ferro. É um emissor gama de média energia e
apresenta semi-vida de 3 dias. É utilizado em estudos de Infecção e em
Oncologia.
Índio-111:
semi-vida 3 dias. É um emissor de radiação gama de média energia.
Xenon-133 e Crípton-81m:
gases nobres radioativos que podem ser usados na cintilografia de ventilação
pulmonar. No entanto, a maior parte dos estudos de ventilação pulmonar são
feitos com um aerossol marcado com Tc-99m.
As indicações de realização de cintilografias em ambiente
hospitalar/urgência são:
Avaliação da dor torácica aguda.
Cintilografia com sestamibi-99mTc em repouso na
vigência da dor. Alto valor preditivo negativo (risco de evento cardíaco - IAM
ou morte - menor que 1% ao ano).
Na emergência, evita internações desnecessárias
Localização
intra-operatória de lesão mamária não palpável (ROLL)
(geralmente é realizado em conjunto com a pesquisa de linfonodo sentinela).
Auxilia a ressecção cirúrgica de uma lesão mamária não palpável.
Cintilografia Pulmonar de Perfusão e Ventilação
Exame que muitas
vezes deve ser realizado na emergência
No Escroto Agudo
a cintilografia escrotal com radioisotopo (CER) (Tecnecio 99m) pode ser
realizada nos casos em que o USG é equívoco ou seja pouco compativel com torcao
testicular. Mas se historia e exame físico sugerirem torção, a exploração
cirurgica deve ser mandatoria.
Fístula Peritônio-Pleural
A cintilografia é eficaz para investigação de fístula
peritônio-pleural e deve ser recomendada como exame inicial naqueles pacientes
com suspeita clínica de hidrotórax de origem ascítica .
INDICAÇÕES NAS DIVERSAS ESPECIALIDADES:
Cardiovascular:
INDICAÇÕES
NA INTERNAÇÃO:
De modo geral, as principais indicações da
cintilografia dentro das primeiras 12 horas da chegada do paciente ao hospital
são:
a) injeção do radiofármaco em repouso e
aquisição imediata de imagens durante episódios de dor torácica com ECG normal
ou inespecífico, objetivando definição diagnóstica.
b) injeção do radiofármaco (sestamibi ou
tetrofosmin marcados com tecnécio-99m) durante a manifestação de dor torácica
aguda e realização tardia das imagens cardíacas (1 a 6 horas) após intervenção
coronariana percutânea, para a quantificação do miocárdio em risco e do
miocárdio salvo após a recanalização da coronária6.
c) realização da CPM (cintilografia de
perfusão miocárdica) com administração do radiofármaco durante o estresse
físico ou estímulo farmacológico, após a estabilização clínica de pacientes com
SIMI (síndromes isquêmicas miocárdicas instáveis) e baixo ou intermediário
risco – este passo pode ser dado ambulatorialmente.
A
indicação clássica da CPM (cintilografia de perfusão miocárdica) na SIMI é para
estabelecer a gravidade da doença em pacientes de risco, e nas situações em que
a história clínica e o ECG não são conclusivos ou definitivos. De uma maneira
geral, as técnicas cintilográficas são úteis em três situações: na
identificação de isquemia miocárdica, na análise da viabilidade miocárdica e no
estabelecimento do valor prognóstico para eventos futuros em pacientes nos
quais o tratamento medicamentoso controlou o quadro anginoso.
A
utilização de técnicas radioisotópicas para o diagnóstico do infarto agudo do
miocárdio (IAM) está restrita a situações particulares em que o quadro clínico,
o eletrocardiograma (ECG) e os marcadores bioquímicos não são conclusivos.
Estas situações, em geral, são caracterizadas por formas atípicas de
apresentação clínica, em pacientes com eletrocardiograma normal, com alterações
inespecíficas de ST-T ou com distúrbio de condução pelo ramo esquerdo,
notadamente aqueles que são atendidos muito precocemente ou já mais tardiamente
em relação ao início do quadro, fora do período de tempo ideal para a dosagem
dos marcadores bioquímicos. Os radioisótopos habitualmente empregados para o
diagnóstico do IAM são os marcadores de necrose ou de perfusão miocárdica. A
avaliação da função ventricular, através dos estudos de primeira passagem ou de
equilíbrio, fornece informações de valor eminentemente
prognóstico, exceto nos casos de suspeita de infarto do ventrículo direito, em
que esses estudos apresentam também valor diagnóstico ².
Em
pacientes sem história clínica ou evidências eletrocardiográficas de IAM prévio
que apresentam dor torácica de início súbito e ECG inconclusivo, uma
cintilografia de perfusão miocárdica em repouso com resultado normal tem
elevado valor preditivo negativo para afastar IAM (3, 4, 5) da ordem
de 99% a 100%.
Na fase de internação hospitalar ou
pré-alta hospitalar, pode-se utilizar a CPM para estratificar o
risco e estabelecer o prognóstico, principalmente quando sinais clínicos de
baixo risco estão presentes. Portanto, pacientes de baixo risco clínico podem ser
beneficiados por estratégia de avaliação não invasiva, com o objetivo de
orientar a melhor conduta terapêutica e estabelecer o risco de desenvolvimento
de eventos cardíacos futuros.
Angiografia de
radionuclídeos de Equilíbrio (ARNE): é usada para avaliar a
função ventricular, especialmente a do ventrículo esquerdo. O
tecnécio-99m que reage quimicamente com a hemoglobina dos eritrócitos é injectado
no sangue. Estes eritrócitos marcados espalham-se por todo o sangue da pessoa
rapidamente o que torna possível então fazer o cálculo da fração de ejeção. Estes
filmes dão indicações sobre a performance cardíaca em casos de miocardiopatias, valvulopatias e outros.
Cintilografia de Perfusão do Miocárdio em Esforço e em Repouso. São usados
os compostos Tálio-201 (um análogo do íon Potássio, K+) 99mTc-Tetrofosmina
(absorvida pelas mitocôndrias dos miócitos) ou 99mTc-SestaMIBI. São feitas duas
medições da radioatividade: em repouso e em esforço máximo. Se houver zona fria
ou de radioatividade muito reduzida em ambas as situações, haverá apenas tecido
fibroso derivado de um infarto prévio; se houver zona fria em esforço, mas não
em repouso, então deverá haver limitações ao fluxo sanguíneo para essa região.
Indicações
para o estudo da perfusão miocárdica
1.
Detecção de doença coronária em indivíduos assintomáticos:
a) com
teste ergométrico convencional alterado;
b) com
múltiplos fatores de risco e antecedentes familiares de coronariopatias; e
c) que
desempenhem atividades profissionais de alta responsabilidade, com envolvimento
de
terceiros.
2.
Avaliação funcional de doença coronária conhecida:
a)
comprometimento multiarterial e de tronco de coronária esquerda;
b)
disfunção do ventrículo esquerdo induzida pelo exercício;
c)
eficácia de circulação colateral; e
d)
isquemia residual em infartos.
3.
Estratificação de risco e avaliação prognóstica:
a) pela
extensão e localização das anormalidades de perfusão (número de segmentos
comprometidos);
e
b) após
infarto do miocárdio não complicado.
4.
Diagnóstico diferencial de dor torácica: dor atípica com teste ergométrico
alterado inconclusivo, dor com ECG alterado .
5.
Avaliação pré e pós-terapêutica:
a)
medicamentosa;
b)
cirurgia de revascularização do miocárdio; e
c)
angioplastia coronária.
6.
Avaliação do infarto agudo do miocárdio recente com ou sem procedimento
intervencionista
7. Doença não-coronária:
a) doença
hipertensiva;
b)
miocardiopatias; e
c)
distúrbios da condução intraventricular.
Com estes
procedimentos podemos obter os seguintes dados funcionais do ventrículo
esquerdo:
1) fração
de ejeção global ou regional de V.E.
2)
motilidade de V.E.
O estudo
da função cardíaca pela medicina nuclear pode ser realizado pela técnica de
primeira
passagem ou pela técnica de equilíbrio denominado de Gated ou Muga. Ambos os
procedimentos
propiciam informações anatômicas e funcionais das câmaras ventriculares
esquerda
e direita.
Estudo de Viabilidade do Miocárdio (Repouso sob Nitroglicerina): é um
estudo idêntico à Cintilografia de Perfusão do Miocárdio, sendo apenas
realizado o estudo em Repouso. A injeção do Radiofármaco é precedida pela
administração oral de um comprimido de Nitroglicerina. Desta forma, é obtida
uma imagem do coração em condições ótimas de fluxo sanguíneo.
O diagnóstico de doença
arterial coronariana suspeita ou conhecida é a indicação mais comum,
podendo ser realizado em esforço (ou com estresse farmacológico) e em repouso.
Permite avaliar:
· Presença e gravidade da lesão isquêmica
· Localização (território coronariano)
· Extensão (número de territórios vasculares comprometidos)
Determinação da importância funcional da lesão anatômica detectada pela angiografia.
Avalia a presença dos vasos colaterais na proteção do miocárdio que não
pode ser bem determinada pela angiografia. Pode ser usado o sestamibi-99mTc ou
o tetrofosmin-99mTc em esforço, estresse farmacológico e repouso.
Avaliação da viabilidade miocárdica.
O melhor radioisótopo disponível é o tálio-201 com imagens após
esforço-redistribuição-reinjeção ou em repouso-redistribuição.
Isquemia versus fibrose (frequentemente secundária a infarto).
Estenoses coronarianas de alto grau podem, na ausência de infarto,
causar hipoperfusão miocárdica regional em repouso e que melhora na
redistribuição com tálio-201.
Objetiva estimar a melhora na função ventricular esquerda após a
revascularização miocárdica.
Avaliação do prognóstico.
São utilizados o tálio-201, o sestamibi-99mTc ou o tetrofosmin-99mTc em
esforço e repouso, porém não podem diferenciar infarto recente ou antigo.
Indicação:
Após IAM.
Pré-operatória para identificação do risco para eventos coronarianos.
Monitorização após tratamento.
Utiliza-se o sestamibi-99mTc ou o tetrofosmin-99mTc.
Indicação:
Revascularização coronariana em pacientes com sintomas recorrentes.
Terapia medicamentosa para insuficiência cardíaca congestiva ou angina.
Avaliação da dor torácica aguda.
Cintilografia com sestamibi-99mTc em repouso na vigência da dor. Alto
valor preditivo negativo (risco de evento cardíaco - IAM ou morte - menor que
1% ao ano).
Na emergência, evita internações desnecessárias.
Diferenciar
isquemia e miocardiopatia idiopática em paciente com insuficiência cardíaca
congestiva.
Oncologia:
INDICAÇÕES EM ONCOLOGIA
Diagnóstico,
avaliação e estadiamento dos tumores ósseos primários.
Diagnóstico
diferencial entre tumores benignos e malignos.
Identificação
de metástases (estadiamento) de tumores malignos não ósseos.
Identificação
de metástases (estadiamento) de tumores ósseos malignos.
Avaliação
e acompanhamento da resposta terapêutica (radioterapia, quimioterapia e terapia
hormonal) dos tumores ósseos e das metástases de tumores não ósseos.
Avaliação
pré-operatória da quimioterapia e radioterapia em tumores ósseos malignos.
Cintilografia
óssea
ü Cintilografia óssea
convencional (sem fluxo) é indicada na pesquisa de metástases ósseas.
ü Fluxo Sanguíneo ósseo
O estudo trifásico é indicado na suspeita de
inflamação e infecção (celulite/osteomielite/ artrite), tumores ósseos
primários, doença de Paget, próteses,displasia fibrosa, distrofia simpática
reflexa, ossificação heterotópica, osteonecrose doença de Legg Perthes, enxerto
ósseo pediculado, fratura de stress, hiperplasia de côndilo mandibular, entre
outras.
Cintilografia
de corpo inteiro com Gálio67
diagnóstico e estadiamento de
linfomas, na pesquisa de febre de origem indeterminada e infecções (atividade
peri-próteses ortopédicas, vasculares ), etc.
Cintilografia
Mamária
avaliação
de lesões mamárias, como por exemplo em pacientes com próteses mamárias e
lesões nodulares a esclarecer.
Cintilografia de
Corpo Inteiro com MIBG- 131I e MIBG- 123I
avaliação de tumoração de linhagem
neuroectodérmica como o feocromocitoma, neuroblastoma
Cintilografia de
Corpo Inteiro com 131I ou 123I
Pesquisar restos tireoidianos após
tireoidectomia total e metástases de
carcinoma
diferenciado de tireoide
Cintilografia de Corpo
Inteiro com Octreotide- 111 InOncologia
Utilizado principalmente na avaliação
de processos oncológicos de linhagem
neuroendócrinas
Cintilografia de
Corpo Inteiro com Tálio-201, Cintilografia de Corpo Inteiro com MIBI- 99mTc
O exame pode ser utilizado na
avaliação de pacientes que foram submetidos
à tireoidectomia total por carcinoma
diferenciado da tireóide como alternativa à pesquisa
de corpo inteiro com iodo-131, não
sendo necessária a suspensão da reposição
hormonal tireoidiana. O exame pode ser
utilizado também na avaliação de outros
processos oncológicos como o mieloma
múltiplo, avaliação de resposta ao tratamento
Cintilografia de
Corpo Inteiro com DMSA-V-99mT c
O exame é um dos utilizados para
avaliação de tumoração de linhagem neuroectodérmica, como por exemplo o
carcinoma medular da tireoide
Linfocintilografia de
Membros Superiores ou Membros Inferiores
Avaliação funcional da drenagem
linfática de membros superiores ou inferiores.
Pesquisa de Linfonodo
Sentinela (Mama)
Pesquisa de linfonodo sentinela
geralmente é realizada para o estadiamento ganglionar do carcinoma de mama no
estádio I.
Pesquisa de Linfonodo
Sentinela (melanoma)
A pesquisa de linfonodo sentinela
geralmente é realizada para o estadiamento ganglionar.
Localização
intra-operatória de lesão mamária não palpável (ROLL) (geralmente é
realizado em conjunto com a pesquisa de linfonodo sentinela).
Auxilia
a ressecção cirúrgica de uma lesão mamária não palpável.
Tratamento da dor
óssea com Samário
Tratamento de dor óssea proveniente de
metástases
Oncologia
Padrões
observados pela cintilografia óssea no estadiamento oncológico de pacientes com
câncer de mama, próstata e pulmão
Na rotina
clínica, a cintilografia com metilenodifosfonato marcado com tecnécio-99m (MDP-99mTc)
tem se mostrado um método sensível, custo-efetivo e disponível na avaliação do
comprometimento ósseo metastático por algumas patologias neoplásicas. Ela tanto
pode ser utilizada no estadiamento da doença, como na avaliação de recorrência
e da resposta à terapia. Existe muita discussão sobre quando se deve empregar
esta metodologia, dependendo do tipo do tumor. Para pacientes com cânceres que
freqüentemente apresentam como sítio inicial de metástases os ossos, como o
câncer de próstata e o de mama, de forma geral considera-se a cintilografia
óssea muito útil no estadiamento, no entanto, esta utilidade vai depender do estágio
do tumor. Tumores em estágios iniciais apresentam prevalência muito baixa de
metástases ósseas e esta prevalência vai aumentando à medida que o estágio do
tumor avança. No tumor de pulmão, como as metástases ósseas costumam ocorrer
após um envolvimento de outras estruturas, como os hilos pulmonares e as
supra-renais, a cintilografia óssea não tem uma utilidade tão grande no estadiamento,
e muitos médicos não utilizam esta metodologia nestes tipos de tumor. No que
se refere ao acompanhamento das patologias neoplásicas, não existem protocolos
bem definidos estabelecendo quando a cintilografia óssea deve ser realizada e
acredita-se que a decisão da realização do exame, e sua freqüência, deve ser
definida caso a caso, na dependência do estadiamento inicial e da agressividade
histológica do tumor, do aparecimento de sintomas ósseos e do aumento dos
marcadores séricos.
Intervalo adequado para o seguimento pela cintilografia óssea em paciente com tumor ósseo primário ou metastático submetido à quimioterapia
Intervalo adequado para o seguimento pela cintilografia óssea em paciente com tumor ósseo primário ou metastático submetido à quimioterapia
Devido ao
aumento da remodelação óssea nos sítios de metástases que estão respondendo ao
tratamento, é freqüente observarmos uma exacerbação da hipercaptação do MDP-99mTc
nestes locais logo após à quimioterapia (fenômeno de “flare”). Desta maneira,
ao utilizarmos a cintilografia óssea para avaliar a resposta à quimioterapia é
importante que seja dado um intervalo de tempo entre o término do tratamento e
a realização da cintilografia. No entanto, não existe um tempo bem definido de
intervalo a ser seguido, mas, de maneira geral, recomendasse cautela na
interpretação das cintilografias realizadas nos primeiros três meses após o
tratamento
Todas essas indicações são ambulatoriais.
Endocrinologia:
MEDICINA
NUCLEAR EM ENDOCRINOLOGIA
O
funcionamento dos órgãos de secreção interna oferece uma série de
possibilidades
para o
desenvolvimento de métodos isotópicos, seja, a nível de explorações que
valorizem e
quantifiquem
os integrantes das cadeias metabólicas; como precursores, enzimas,
hormônios,
metabólitos e outros, ou pela facilidade natural de que estas substâncias
utilizadas
como
radiofármacos se localizem na glândula e, desta forma, poder obter sua imagem.
O primeiro
emprego corrente de radioisótopos em teste diagnóstico consistiu na
verificação,
por parte da tireóide, da captação do Iodo radioativo. Desde o início do século
20
sabia-se
da utilização do Iodo pela glândula tireoidiana na formação de seus hormônios.
A
partir de
1938, o radioiodo foi administrado com fins terapêuticos em pacientes com
câncer
da
tireóide, previamente operados, e com metástases. Nesses casos, as células
neoplásicas
ainda
guardando algumas características do tecido que lhes deu origem, eram capazes
de
captar
seletivamente a substância radioativa que, empregada em doses consideráveis, as
destruía.
Diagnóstico
em tireóide
Estudos
com 131 ou 123Iodo e 99mTecnécio
Os
radionuclídeos mais utilizados para o estudo desta glândula são: 131I, 123I, e
99mTCO4.
Inicialmente,
utilizavam-se apenas os isótopos radioativos do Iodo.
O
99mTco4Na (Pertecnetato de Sódio) também, é captado pela glândula da tireóide
sob influência do TSH, porém, não é organificado, e, portanto não segue para a
formação do hormônio tireoideano.
Outros
fármacos têm sido estudados como o 99mTc-Sestamibi, o Cloreto de 201Tálio,
Citrato de 67Gálio dentre outros.
A experiência
com estes últimos radiotraçadores ainda é limitada, mas alguns achados são
promissores,
especialmente na área oncológica, onde eles têm importante papel,
principalmente,
no carcinoma diferenciado da tireóide.
Além da
importância no diagnóstico das doenças da tireóide, a Medicina Nuclear tem
importante papel na sua terapia.
O
tratamento de hipertireoidismo com Iodo radioativo é hoje a primeira opção terapêutica
definitiva desta doença. Foi demonstrado ser eficaz e seguro.
As
principais indicações são: risco cirúrgico elevado; bócios pequenos e doença de
difícil controle e Bócio nodular tóxico.
A terapia
ablativa ou terapêutica de Carcinoma diferenciado da tireóide está consagrada
com vários trabalhos mostrando sua eficácia com altos índices de cura de
melhora significativa da sobrevida destes pacientes.
As
indicações para a terapia são:
1) Tumor
primário inoperável;
2) Doença
cervical residual pós-operatória;
3)
Metástases a distância;
4)
Invasão de cápsula nodular da tireóide;
5)
Gânglios cervicais e mediastinais;
6)Recidiva
tumoral; e
7)
Dosagem de Tireoglobulina elevada mesmo com rastreamento com iodo radioativo
negativo.
Outras
aplicações :
O Estudo
em paratireóide está indicado na localização pré-operatória dos
adenomas,
carcinomas
e hiperplasias ou na recidiva do hipertireoidismo para se valorizarem os
achados
de
imagem. A técnica mais difundida é a técnica de subtração utilizando o 123Iodo,
específico para tireóide o 99mTcSestamibi, através de programa do computador da
Gama Câmara . O uso do 99mTcSestamibi isolado, também, tem sido utilizado,
porém perde sensibilidade quando existe doença tireoideana associada, pois
esta, também, capta o radiofármaco.
131MIBG (Meta
iodo benzilguanidina marcada com Iodo 131) é utilizada no diagnóstico e
tratamento
de Feocromocitomas, neuroblastomas e paragangliomas.
O
fundamento do seu uso reside no fato de que a MIBG entra na via de formação das
catecolaminas, portanto sendo de uso nos tumores de origem neuroendócrina.
34SeColesterol é
utilizado no estudo de Hiperaldosteronismo primário e na Síndrome de
Cushing.
O
fundamento do seu uso é utilizar o colesterol marcado que é o precursor da
aldosterona e cortisol.
111In-Pentreotideo
(OCTREOSCAN é um análogo da
Somatostatina, senso utilizado no
estudo
dos tumores Neuro Endócrinos que possuem receptores para ela. Dentre estes
tumores
podemos
assinalar: o tumor carcinóide, Insulinoma, Vipomas e outros.
A
cintilografia tireodiana com tecnécio-99m, iodo-131 ou iodo-123 tem papel
importante no algoritmo de investigação do nódulo tireoidiano identificado à
palpação ou através da ultra-sonografia em pacientes que apresentem quadro
clínico e laboratorial de hipertireoidismo clínico ou sub-clínico (níveis
normais de T3 total, T4 livre e total e subnormal de TSH).
Nesse caso, uma vez identificada a presença de nódulo hiperfuncionante (ou “quente”) à cintilografia, não há a necessidade de realizar-se outros exames complementares, como por exemplo a punção-biópsia por agulha fina, (pois a incidência de malignidade nesses nódulos é baixa) permitindo o início do tratamento prontamente, através de drogas anti-tireoidianas para controle do hipertireoidismo, ou ainda, tratamento com iodo-131 e eventualmente cirúrgico.
Nesse caso, uma vez identificada a presença de nódulo hiperfuncionante (ou “quente”) à cintilografia, não há a necessidade de realizar-se outros exames complementares, como por exemplo a punção-biópsia por agulha fina, (pois a incidência de malignidade nesses nódulos é baixa) permitindo o início do tratamento prontamente, através de drogas anti-tireoidianas para controle do hipertireoidismo, ou ainda, tratamento com iodo-131 e eventualmente cirúrgico.
Cintilografia da Tireóide
com ou sem captação com Iodo-131 , Iodo-123 e com TC99m
Este estudo é indicado para avaliação do
funcionamento da glândula tireóide, tireóide ectópica, tireóide mergulhante, caracterização
de nódulos tireoideanas, causas de hipertireoidismo, causas de hipotireoidismo,
tireoidite subaguda, hipotireoidismo congênito,defeito de síntese dos hormônios
tireoideanas e pré-radioiodoterapia.
Cintilografia da Tireóide
ou PCI com Teste de Estímulo (TSH)
Este estudo
é indicado para aumentar a captação tireoideana em pacientes candidatos a
radioiodoterapia que apresentam bócio difuso, baixa captação e hipertireoidismo
subclínico.
Cintilografia da
tireóide com teste de supressão (T3 ou T4)
Este estudo
é indicado para caracterizar a autonomia de nódulos tireoideanas
Cintilografia de
Paratireóide
Pesquisar
adenomas de paratireóide ,hiperplasia de paratireóide em pacientes com
hiper-paratireoidismo e recorrência e recidiva após cirurgia.
A localização
de paratireóides hiperfuncionantes pode ocorrer antes da 1ª cirurgia para
exérese de adenomas ou hiperplasia das paratireóides para facilitar a abordagem
cirúrgica (diretamente ao lobo tireoidiano em que se projeta a paratireóide
hiperfuncionante) nos casos em que necessite diminuir o tempo cirúrgico e de
anestesia (casos graves que contra-indicam cirurgia mais ampla).
Freqüentemente, a cintilografia está indicada na pesquisa de doença recorrente
ou persistente do hiperparatireoidismo primário, secundário ou terciário, após
a 1ª cirurgia, onde as causas geralmente estão relacionadas à presença de
paratireóides extranumerárias ou de localização ectópica (mediastinal,
intratireoidea, etc) que não foram localizadas anteriormente (indicação ambulatorial)
Cintigrafia Corporal com 123I-MIBG
Técnica de estudo dos tumores neuroendócrinos. O radiofármaco utilizado, metaiodobenzilguanidina-Iodo-123, um análogo da guanetidina é captado para os grânulos das células neuroendócrinas. São indicações
para este exame a suspeita de feocromocitoma, tumores carcinóides neuroblastoma pediátrico, carcinoma medular da Tiroide e outras neoplasias derivadas da crista neural. Pesquisar
restos tireoideanas após tireoidectomia total e metástases de carcinoma
diferenciado de tireóide.
Cintilografia de
Corpo Inteiro com Octreotide- 111 In (INDIO)
Utilizado
principalmente na avaliação de processos oncológicos de linhagem
neuroendócrinas.
Cintilografia de
Corpo Inteiro com MIBI- 99mTc e Tálio-201
O exame pode
ser utilizado na avaliação de pacientes que foram submetidos à tireoidectomia
total por carcinoma diferenciado da tireóide como alternativa à pesquisa de corpo
inteiro com iodo-131, não sendo necessário a suspensão da reposição hormonal tireoideanas.
O exame pode ser utilizado também na avaliação de outros processos oncológicos
como o mieloma múltiplo, avaliação de predição de resposta ao tratamento quimioterápico
em pacientes com sarcomas de partes moles.
Cintilografia de
Corpo Inteiro com DMSA-V-99mT c
O exame é um
dos utilizados para avaliação de tumoração de linhagem neuroectodérmica, como
por exemplo o carcinoma medular da tireóide.
Cintigrafia do Córtex das Suprarrenais com 131I-Iodocolesterol
Utilizado no diagnóstico de Síndrome
de Cushing, hiperaldosteronismo e hiperandrogenismo. Detecta lesões da supra-renal.
Pneumologia:
Embolia
Pulmonar
A rede
capilar pulmonar constitui um filtro para trombos que se desprendem de qualquer
região do organismo. As principais causas de embolia estão nos distúrbios do
sistema venoso profundo dos membros inferiores, afecções pélvicas, pacientes
submetidos à cirurgia e acamados por longo tempo e discrasias hematológicas.
Os sintomas
clínicos são comuns a outros distúrbios e os sinais radiológicos, às vezes
pobres e inespecíficos. A arteriografia
pulmonar é o exame mais específico para o diagnóstico de embolia, no
entanto, é um procedimento invasivo, pode ser tecnicamente difícil, pouco
disponível e pode ser contra indicada devido ao quadro clínico do paciente.
Nestas condições a
cintilografia pulmonar de perfusão dá grande contribuição. Ela não é específica, porém se tiver
resultado normal afasta processo embólico pulmonar. Sempre que
possível
deve-se realizar o estudo inalatório com radioaerossol para comparação, pois na
suspeita de embolia o exame inalatório deve estar normal, enquanto o exame perfusional
está
alterado na
zona onde houve obstrução do fluxo sanguíneo por um trombo. O exame radiológico,
também, pode estar normal no caso de embolia e ausência de outras
afecções
parenquimatosas.
O emprego
dos Radionuclídeos, na avaliação dos pulmões, iniciou-se na década de 1960, no diagnóstico do tromboembolismo
pulmonar e a partir daí vários trabalhos deram ênfase ao uso dos radionuclídeos
no estudo das funções pulmonares.
O
tromboembolismo pulmonar é uma das complicações mais freqüentes da chamada
doença tromboembólica, ou seja, da trombose venosa que se instala, pela ordem
de freqüência, nas veias profundas do membro inferior, nos plexos venosos
prostáticos e uterinos, nas cavidades cardíacas-átrios em fibrilação atrial,
ventrículos no enfarte do miocárdio.
O
radiofarmaco Injetado em veia periférica, sob a forma química de citrato de
gálio, associa-se
presumivelmente,
no plasma à ferritina e à transferritina, concentrando-se de forma intensa no
fígado e
menos acentuada no esqueleto.
Indicações
em processos pulmonares infecciosos e/ou inflamatórios:
Está indicada
a cintilografia com 67Gálio, na determinação do sítio de uma febre de origem
obscura (FOO), entendida como uma hipertermia com duração igual ou superior a
15 dias. Sendo a árvore respiratória o
sistema de nosso corpo que mais contato tem Miocardite, sarcoidose, fibrose
intersticial pulmonar difusa, forma pulmonar do lupus eritematoso sistêmico,
pneumoconioses e reação aguda à Radioterapia são exemplos de processos
inflamatórios com indubitável indicação para cintilografia com 67Gálio, pois
esta possui alta sensibilidade para o
diagnóstico destas afecções.
Indicações
em doenças tumorais
Todos os
tumores primários pulmonares captam 67Gálio em maior ou menor quantidade, segundo
seus tamanhos e características histológicas. Os linfomas, sobretudo o de
Hodgkin, possuem extrema avidez pelo 67Gálio, sendo pois facilmente detectados
ao acometerem gânglios mediastinais ou de qualquer outra topografia.
Melanomas
malígnos podem ter suas metástases também identificadas, propiciando um fácil e
seguro estadiamento da doença.
Convém
assinalar que o 67Gálio não consegue distinguir entre processo tumoral e infeccioso/inflamatório.
Desta forma, sua especificidade deve ser aprimorada, correlacionando-se as
imagens com todos os dados clínicos, laboratoriais e radiológicos
Cintilografia Pulmonar de Perfusão e Ventilação
Exame que muitas vezes deve ser realizado na
emergência. Ela é realizada com albumina marcada com tecnécio-99m. Qualquer área que não
seja irrigada ficará pálida (zona fria) na imagem obtida. A cintilografia de
ventilação indica as áreas do pulmão que ventilam convenientemente. Ela é feita
pela inalação de marcadores radioativos gasosos ou sob a forma de aerossóis, como isótopos de gases nobres radioativos ou microparticulas marcadas com
tecnécio. O resultado do exame vem da comparação entre as zonas frias (pouco
radioativas) da perfusão e as da ventilação. Se houver grandes e múltiplos
defeitos de perfusão não consoantes com áreas de defeitos de ventilação, é
provável o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar.
Outros
exames:
Cintilografia de depuração pulmonar de aerossóis (DTPA)
Cintilografia de depuração pulmonar de aerossóis (DTPA)
O exame
de medicina nuclear que identifica o grau de permeabilidade do epitélio
pulmonar é a determinação da taxa de depuração pulmonar do 99mTc-DTPA
administrado sob a forma de aerossol.
A taxa de
depuração pulmonar do 99mTc-DTPA (TDP-DTPA) é expressa em % do desaparecimento
do radio-aerossol do pulmão por minuto ou em meia-vida (de
permanência
do radio-aerossol no pulmão.
A
TDP-DTPA está aumentada nas pneumopatias intersticiais difusas em atividade.
É um
exame não invasivo, com irradiação do paciente menor que uma radiografia onvencional, cômodo para o
paciente, muito sensível para evidenciar
presença de infecção pulmonar, atividade de doenças pulmonares difusas, como a
sarcoidose, febre reumática etc., alterações da permeabilidade alvéolo-capilar,
como a doença da membrana hialina e a SARA; e é um método preditivo do
desenvolvimento da pneumocistose em pacientes HIV soro reativos assintomáticos.
Dos gases
radioativos os mais utilizados são o
133Xenônio e o 81mKriptônio que são de pouco uso em nosso meio devido as suas
características físicas e alto preço.
Traumatologia/Ortopedia
MEDICINA NUCLEAR NA
AVALIAÇÃO DO SISTEMA OSTEOARTICULAR
A cintilografia óssea é um método de imagem
muito útil para detectar lesões incipientes do esqueleto, monitorar sua
evolução e avaliar a atividade metabólica das doenças ósseas em geral, tanto
malignas quanto benignas, não sendo, entretanto capaz de discriminá-las.
O princípio do método
consiste na quimioabsorção de fosfatos marcados com 99mTecnécio, dentre todos,
o mais usado é o metilenodifosfonato -99mTecnécio (99mTc-MDP),pela superfície do osso em
substituição a hidroxiapatita, refletindo, desta maneira, as trocas ativas no
tecido ósseo.
A principal vantagem
desse exame é a capacidade de detectar a presença de metástases ósseas em torno
de seis meses antes do registro em radiografias simples, assim como o
diagnóstico da
osteomielite ainda precoce.
A necrose avascular de
cabeça de fêmur em fase inicial e fraturas ocultas em pélvis e colo do fêmur,
também, podem ser visibilizadas na cintilografia óssea muito antes dos métodos
radiográficos convencionais.
Por outro lado, a
cintilografia óssea é positiva em toda alteração óssea, podendo ter captação
elevada, principalmente, nas lesões osteoblásticas e ser hipocaptante nas
osteolíticas.
Na criança, observa-se
intensa captação nas placas epifisárias devido ao contínuo processo de
maturação do esqueleto, desde o nascimento até a idade adulta.
Existe, com freqüência, um intervalo latente
de sete a dez dias, antes que as primeiras
alterações ósseas sejam
mostradas radiologicamente; ao contrário, a cintilografia óssea é,
invariavelmente, positiva
mesmo em fase mais precoce. Entretanto, este diagnóstico precisa
ser confirmado por meio
de aspiração subperióstica percutânea
A maior deficiência da cintilografia óssea com 99mTc-MDP
encontra-se na avaliação da osteomielite crônica. Isto se deve ao fato da
captação aumentada persistir no sítio da doença, devido a ação osteoblástica
regenerativa.
No caso do Galio, nas
áreas de inflamação ativa existe aumento do fluxo sangüíneo, vasodilatação e
aumento da permeabilidade capilar, resultando em extravasamento do complexo
67Ga-transferrina do capilar para o sítio da inflamação.
Cintilografia óssea com 99mTc-MDP
Indicações:
1) Rastreio de
metástases, principalmente naquelas patologias malignas que freqüentemente,
envolvem o tecido ósseo (mama, pulmão, próstata e rins);
2) Detecção precoce da
osteomielite e da necrose avascular;
3) Detecção da fratura de
estresse e trauma oculto do esqueleto;
4)Avaliação e
acompanhamento das doenças metabólicas ósseas;
5) Detecção e avaliação
das artrites e outras doenças articulares e de dor de origem obscura;
6) Avaliação da
viabilidade óssea através do estudo do suprimento sangüíneo; e
7) Localização de sítios
para biópsia.
8) Diagnóstico das
lesões traumáticas não identificadas aos raios-X.
9)
Avaliação de pacientes poli-traumatizados.
10)
Determinação da viabilidade dos enxertos ósseos.
11)
Diagnóstico das entesopatias.
12)
Diagnóstico das lesões produzidas pelos esportes e por exercícios continuados.
13)
Estadiamento das miosites ossificantes.
14)
Diagnóstico, avaliação da extensão e acompanhamento da recuperação na
rabdomiólise.
15)
Avaliação da progressão da maturação e estabilização das miosites ossificantes.
16)
Acompanhamento do tratamento da polimiosite.
17)
Retirada cirúrgica de tumores com gama probe.
Cintilografia com 67Gálio ou com
leucócitos marcados com 99mTecnécio.
Nas infecções do músculo esquelético
(osteomielite, artrite séptica e celulite) quando os achados da cintilografia
com 99mTc-MDP mostrarem-se duvidosos ou normais, porém com
elevada suspeita clínica
de infecção.
No diagnóstico
diferencial de osteomielite e infarto ósseo nas crianças com anemia falciforme
quando a cintilografia com 99mTc-MDP for duvidosa
Cintilografia Óssea com 99mTc-MDP
A cintilografia óssea tem
um papel limitado no diagnóstico da artrite séptica aguda, no entanto, é o método
de escolha para detectar a presença ou ausência de osteomielite em ossos
adjacentes.
Cintilografia com 67gálio-citrato
Cintilografia com Leucócitos
Marcados
Muitos radionuclídeos e
diversos métodos têm sido empregados como marcadores de leucócitos, para o
estudo de focos infecciosos nos seres humanos, incluindo o 67Gálio e o
111Indio, 99mTecnécio
Cintilografia
Óssea de Corpo Inteiro
São usados
derivados de disfosfatos resistentes às enzimas fosfatases, quelados
com Tecnécio-99m como o 99mTc-metilenodifosfonato (99mTc-MDP) e o
99mTc-hidroximetilenodifosfonato (99mTc-HMDP), os quais são injetados no
sangue, e fixam ao cálcio Esta técnica permite detectar áreas de grande ou
insuficiente formação de mineral dentro dos ossos. Assim detectam-se áreas
frias ou hipofixantes que correspondem a grande atividade destruidora de osso
como a osteoclástica ou baixa atividade geradora
de osso como a osteoblástica.
Causas
possíveis de hipofixação são a necrose óssea (por isquemia, infarto ou infecção-osteomielite), isquemia
por anemia falciforme, ou metástases agressivas.
Esta última
é a indicação mais importante, uma vez que permite detectar lesões causadas por
metástases de neoplasias originárias de outros órgãos ou do próprio osso muito
mais precocemente que o raio-x, e permite fazer o estadiamento da neoplasia (próstata, mama e pulmão).
Cintilografia
Óssea com estudo de três fases
A
cintilografia óssea trifásica é realizada utilizando-se um traçador radioativo
ou radiofármaco (metilenodifosfonato (MDP)
marcado com tecnécio-99m - MDP-99mTc). A primeira fase é denominada fase
de fluxo sanguíneo (ou fase angiográfica). A segunda fase é denominada fase de equilíbrio
(ou fase de permeabilidade capilar) e inicia-se 5 minutos após a injeção do
MDP-99mTc. A terceira fase é denominada fase tardia e inicia-se após 3 horas.
São realizadas imagens de todo o esqueleto nas projeções anterior e posterior.
Indicada no
diagnóstico de osteomielite, dentre outros
Cintilografia
de medula óssea
Além do
diagnóstico e estadiamento, as informações funcionais fornecidas pela medicina
nuclear são particularmente úteis no seguimento e avaliação de resposta
terapêutica dos pacientes com linfoma.
A presença
de massa residual após quimioterapia ou a infiltração de linfonodos de pequenas
dimensões são exemplos de situações nas quais a avaliação isolada de
características anatômicas é insuficiente.
Os
principais métodos utilizados são a cintilografia com gálio-67, traçador com
alta afinidade por transferrina e receptores de ferro, e os estudos com
flúor-deoxiglicose, emissor de pósitron que permite a caracterização do
metabolismo de glicose nos tecidos.
Outros
traçadores, como o tálio-201, sestamibi-Tc99m e octreotide-In111, também são
utilizados em menor escala na avaliação dos pacientes com linfoma.
A captação tumoral do gálio-67 pode
ser reduzida por radio e quimioterapia recentes,em especial quando empregadas cisplatina,
bleomicina ou vincristina, recomendando-se um intervalo superior a 3 semanas
para o estudo.
A cintilografia habitualmente é feita
pela aquisição de imagens seriadas, entre 1 a 3 dias após a administração de 3
a 5 mCi de gálio-67.
Apesar da variação de sensibilidade na
literatura, é um consenso que os métodos anatômicos, como a TC e RM, são os
mais indicados para estadiamento inicial. O gálio-67 pode ocasionalmente
modificar o estádio, pela detecção de acometimento extra-nodal ou torácico.
O seguimento de pacientes é atualmente
a principal indicação da cintilografia com gálio-67. Mais de 50% dos pacientes
com linfoma mostram massa residual após tratamento, situação particularmente
freqüente no acometimento mediastinal pela Doença de Hodgkin
Cintilografia
das articulações
Diagnostico
das doenças articulares e osteoarticulares.
Documento
de referência para pacientes com doenças degenerativas do esqueleto.
INDICAÇÕES DE CINTILOGRAFIA OSTEOARTICULAR
EM CLÍNICA
1)
Diagnóstico da dor óssea de etiologia desconhecida;
2)
Diagnóstico da dor óssea com radiografia normal.
3)
Avaliação dos casos de aumento da fosfate alcalina de origem desconhecida.
3)
Identificação das calcificações extra-ósseas.
4)
Diagnóstico diferencial entre as doenças do esqueleto e as doenças das partes
moles pelo SPECT.
5)
Diagnóstico das doenças ósseas benignas quando outros métodos foram negativos.
6)
Diagnóstico da dor articular e da claudicação em criança.
7)
Avaliação das doenças metabólicas do esqueleto.
8)
Avaliação das doenças vasculares dos ossos.
9)
Avaliação da repercussão óssea e aticulares da síndrome simpático-reflexa.
10)
Avaliação das complicações osteoarticulares da diabete.
INDICAÇÕES GENÉRICAS
1)
Exame de triagem e de estadiamento.
2)
Localização espacial das lesões ósseas pelo SPECT.
3)
Determinação dos locais de biópsia.ósseas.
4)
Facilidades técnicas e econômicas para avaliação de todo esqueleto.
5)
Determinação da distribuição da doença em pacientes com neoplasia.
6)
Determinação da distribuição da doença em pacientes com artrites.
7)
Controle de evolução do tratamento de doenças óssea com etidronato (EHDP).
8)
Avaliação das lesões musculares causadas por choque elétrico e lesões pelo
congelamento.
9)
Diagnóstico da amiloidose.
EM MEDICINA
LEGAL
1)
Diagnostico da criança surrada.
2)
Determinação do tempo de fraturas.
EM
OTORRINOLARINGOLOGIA
1)
Diagnóstico da otite externa maligna.
2)
Diagnostico das osteomielites secundárias às sinusites.
3)
Avaliação da invasão óssea por carcinomas nasofaringe os.
EM
ODONTOLOGIA
1)
Avaliação da atividade na placa de crescimento do colo mandibular na mordida
cruzada.
2)
Avaliação da atividade na placa de crescimento do colo mandibular na
hiperplasia do côndilo da mandíbula.
3) Verificação do crescimento facial.
4) Aplicabilidade de aparelhos ortopédicos
5) Acompanhamento de osteo-integração de implantes
6) Diagnóstico de infecções
7) Verificação da eficácia de tratamentos ortodônticos
3) Verificação do crescimento facial.
4) Aplicabilidade de aparelhos ortopédicos
5) Acompanhamento de osteo-integração de implantes
6) Diagnóstico de infecções
7) Verificação da eficácia de tratamentos ortodônticos
Nefrologia/Urologia
A
avaliação do sistema urinário, pela Medicina Nuclear, tem por objetivo a
pesquisa através da imagem de anormalidades estruturais, assim como, a
determinação da capacidade de perfusão e filtração deste sistema fornecendo ao
especialista um exame complementar capaz de colaborar no diagnóstico das
inúmeras doenças relacionadas a este aparelho.
O papel
da Medicina Nuclear na avaliação das doenças do trato urinário inicialmente se
baseou no uso dos radionuclídeo para obtenção de medidas fisiológicas.
A fisiologia renal consiste em dois mecanismos principais: a filtração
passiva através do glomérulo e a secreção tubular ativa.
A escolha
do radiofármaco a ser utilizado depende do conhecimento prévio das suas propriedades
e, portanto, as mesmas são divididas em três categorias principais:
Aqueles
excretados por filtração glomerular:
O ácido
dietilenotriaminopentacético (DTPA) e outros quelatos são excretados por
filtração glomerular e portanto, utilizados para determinação desta função.
Este composto marcado com 99mTecnécio representa um radiofármaco (99mTc-DTPA)
eficaz e de baixo custo para a rotina de avaliação renal e substitui com
vantagem o contraste radiológico empregado na urografia excretora em pacientes
alérgicos.
Aqueles
excretados por secreção tubular:
O
Ortoiodo Hipurato marcado com 131Iodo (131I-OIH) constitui um clássico agente
excretado por secreção tubular que vem sendo substituído pelo
99mTecnécio-Mercaptoacetiltriglicina (99mTc-MAG3) que produz melhor qualidade
de imagem quando comparado ao 99mTc-DTPA especialmente em pacientes com
processos obstrutivos que levam a alteração da função renal.
Aqueles
que se mantém no túbulo renal em um período de tempo suficiente para permitir
uma imagem cortical adequada.
O ácido
dimercaptosuccínico marcado com 99mTecnécio (99mTc-DMSA) é um excelente agente
para avaliação da imagem cortical renal sendo 40% da dose injetada concentrada
na córtex renal por período de 6 horas. Atinge 70% de concentração renal em 24 hs.
Aplicações
Clínicas:
a) Insuficiência
renal aguda e crônica;
b) Anormalidades
vasculares;
c)
Uropatias obstrutivas;
d)
Hipertensão renovascular;
e)
Refluxo vésico-ureteral;
f)
Pielonefrite;
g) Trauma
renal;
h)
Avaliação do rim transplantado;
i) Anomalias
congênitas; e
j)
Epididimite e torção testicular.
Métodos
de Investigação Renal
Para
avaliação do sistema urinário com escolha adequada do radiofármaco são
relacionados
quatro métodos principais:
1) A
imagem de perfusão renal
2) A
imagem funcional (renograma)
3) A
quantificação renal: taxa de filtração
glomerular e fluxo plasmático renal
efetivo (TFG,
FPRE)
4) A
imagem estática
A
exploração funcional renal por estes métodos traz como vantagem a simplicidade
e inocuidade, sendo necessário como preparo para o exame, apenas, hidratação
adequada
A
perfusão renal é baseada no transporte passivo dos radiofármacos pelo sangue.
Na quantificação
renal, a avaliação da função unilateral através dos radiofármacos repousa na
medida dos clearances relativos de cada rim, medida esta realizada na curva
nefrográfica, mais
precisamente
na sua 2ª fase.
Para a
imagem estática renal utiliza-se o 99mTc-DMSA
As
incidências, geralmente, realizadas são: posterior, anterior e oblíqua direita
e esquerda. Na
projeção
anterior , pode ser detectado a presença de anomalia congênita, tal como, o rim
em
ferradura,
embora a maior aplicação clínica deste exame seja a detecção de cicatrizes
renais
conseqüências
das infecções urinárias de repetição por refluxo vésico-ureteral. No exame
normal,
observa-se distribuição homogênea do radiofármaco.
Provas Funcionais Renais
Teste do Captopril:
Na investigação da HARV (hipertensão
arterial renovascular) o teste do Captopril
é um
teste inócuo e importante para detecção deste tipo de enfermidade renal.
Avaliação do fluxo sangüíneo do rim transplantado
O fluxo
renal é muito útil para estabelecer o diagnóstico diferencial entre necrose
tubular aguda e rejeição do rim transplantado, uma vez que o fluxo sangüíneo
está geralmente mantido no primeiro caso, enquanto que na rejeição ele se
encontra diminuído.
Estudo com diurético
Na
avaliação do paciente com dilatação do trato urinário alto é o estudo renal
dinâmico que permite confirmar ou não a presença da obstrução, bem como, nos
casos positivos, avaliar a sua repercussão sobre a função renal.
Nefrologia Nuclear
Cintigrafia Renal com
99mTc-DMSA
O Parênquima do Rim é estudado
com a molécula DMSA (ácido dimercaptosuccinico) e Tecnécio-99m. O
DMSA-Tc99m administrado é simultaneamente filtrado, reabsorvido e secretado a
nível glomerular, e do Tubulo
Proximal. O fármaco fica na sua maioria localizado no Córtex renal. As zonas
frias de pouca atividade radioativa obtidas no filme corresponderão a zonas
que estejam em insuficiência renal de algum grau.. Este método tem
sensibilidade maior que a Ecografia para
detecção de pielonefrites, malformações ou cicatrizes,
nomeadamente em Pediatria.
Cintigrafia Renal com 99mTc-DTPA
O DTPA, mesmo ligado ao tecnécio, é quase totalmente eliminado por
filtração glomerular sem quase nenhuma secreção ou reabsorção. É uma técnica de
avaliação do Glomérulo Renal e sua capacidade de filtração efectiva,
nomeadamente das Glomerulopatias.
Renograma Basal com 99mTc-MAG3
O 99mTc-MAG3 ou mercaptoacetiltriglicina-99mTc é eliminada
principalmente por secreção tubular. A sua
rápida excreção permite a avaliação não só dessa função renal
mas também da perfusão, e integridade do sistema coletor. É usado na
monitorização da insuficiência renal, obstrução
dos canais coletores e refluxo de ureteral.
Cistocintilografia Direta ou Indireta
Usada no diagnóstico do refluxo vesico-ureteral.
Infecção
Febril na Infância
Cintilografia
renal deve ser realizada em casos especificos, a fim de avaliar a funcao renal
relativa e presença de cicatrizes renais (DMSA), ou obstrucao ao fluxo urinario
(DTPA).
Os “guidelines”
da AAP e NICE recomendam que se faça após 6 a 12 meses da infecção em casos
especiais
Refluxo
Vésico Ureteral
A Associação
Americana de Pediatria (AAP) e a Associação Americana de Urologia (AUA), preconizam
que toda criança após o primeiro episódio de ITU febril deve se submeter a ultrassonografia
de rins e vias urinárias e cintilografia renal DMSA (na vigência de infecção).
Com o US demonstrando dilatação ou a cintilografia com área de hipocaptação do
radioisótopo, devemos realizar a uretrocistografia miccional, após a resolução
da ITU.
No
Escroto Agudo
a cintilografia escrotal
com radioisotopo (CER) (Tecnecio 99m) pode ser realizada nos casos em que o USG
é equívoco ou seja pouco compativel com torcao testicular. Mas se historia e exame
físico sugerirem torção, a exploração cirurgica deve ser mandatoria.
Litíase Urinária -
Duplo J Calcificado
Todos
os pacientes com suspeita de calcificação do cateter ou que o tenham inserido
por mais de três meses, devem realizar Cintilografia Renal previamente à sua
remoção:
Feocromocitoma
-Cuidados Peri e Intraoperatórios diagnostico
A
cintilografia com 131I-MIBG esta bem indicada nos casos de evidencia bioquimica
de Feocromocitoma nao identificado na TC ou RM, ou no seguimento de casos
suspeitos de recorrencia ou metastases.
Gastroenterologia
A
cintilografia para a pesquisa do refluxo gastro-esofágico (RGE) é um exame de
grande utilidade na Pediatria, pois permite avaliar a freqüência, duração e
extensão dos episódios de refluxo e pode identificar também a existência ou não
de aspiração pulmonar.
Refluxo Gastroesofágico
O método
radionuclídico para avaliação do refluxo gastroesofágico é designado
Cintilografia qualitativa dinâmica para a
pesquisa de refluxo (CQDR).
Cintilografia dinâmica do esôfago
Exame
com radionuclídeo introduzido na década de 1970, tem sido considerado muito sensível na
detecção de distúrbios motores do esôfago.
Em nosso meio ele é denominado de
cintilografia dinâmica do esôfago, com tecnécio.
Indicações:
1) distúrbios
motores do esôfago; primários ou secundários
2)
avaliação do Divertículo de Meckel
Os
distúrbios da motilidade do esôfago (DME) surgem em decorrência de
anormalidades de sua musculatura ou de sua inervação. Classificam-se em primários, nos quais o processo básico está relacionado com o
próprio esôfago; e em secundários, como o nome diz são decorrente de uma doença
sistêmica comprometendo o esôfago. Como
exemplo de disfunções motoras secundárias temos as afecções do tecido
conjuntivo, destacando-se entre elas a esclerose sistêmica progressiva (ESP), a
doença de Chagas e outras neurológicas, endócrinas e metabólicas
Avaliação do esvaziamento gástrico
O
percentual de esvaziamento gástrico é outro parâmetro que pode ser determinado
pela técnica de medicina nuclear.
Atualmente, ela é considerada método de escolha para esta avaliação.
Indicações:
1) distúrbios
causados por obstrução mecânica
2) doença
de refluxo gastroesofágica (DRGE)
3) doenças
neuropáticas (diabetes)
4) colagenoses
(ESP)
5) avaliação
de terapêutica medicamentosa ou cirúrgica
Cintilografia hepática e do baço
Indicações
da cintilografia hepática com 99 mTc-coloide
1) Processos malignos (tumor e metástases). O hepatoma mostra área de
hipocaptação com 99mTc-colóide, hipercaptação com o 67Gálio-citrato e com
o 18FDG nas imagens com
PET/CT.
2) Processos
benignos: abscessos, cistos, adenomas, hiperplasia nodular focal (HNF),
hemangioma
cavernoso e doença parenquimatosa difusa (cirrose).
Cintilografia de vias biliares
Pode
ser usada para avaliar as diversas doenças hepatobiliares, colecistites aguda e
crônica, fístula biliar, obstrução do ducto biliar comum, hepatopatia crônica
(cirrose).
Em
pediatria, diagnóstico diferencial entre hepatite e atresia das vias biliares.
Pesquisa de hemorragia digestiva
A
orientação sobre a localização do sítio de sangramento digestivo, também, pode
ser dada pela Cintilografia.
O
radiotraçador empregado é o 99m Tc-hemácias pela técnica de marcação in vivo da
mesma forma que a usada na avaliação dos hemangiomas (hemangioma hepático).
Fístula Peritônio-Pleural
A
cintilografia é eficaz para investigação de fístula peritônio-pleural e deve
ser recomendada como exame inicial naqueles pacientes com suspeita clínica de
hidrotórax de origem ascítica .
cintilografia de glândulas salivares
Indicado
no diagnóstico de patologias que afetem a eliminação e/ou formação salivar,como
a Sindrome de Sjögren.
NEUROLOGIA
O emprego
de radionuclídeos na avaliação do Sistema Nervoso Central teve início em 1940
com a utilização do 32Fósforo (32P), emissor de radiação beta e a seguir, na
década de 1950 com o emprego da fluoresceína marcada com 131Iodo.
A partir dos anos1970, com o surgimento da
tomografia computadorizada e mais recentemente, da imagem por ressonância
magnética, o método radionuclídico planar passou a ser menos usado, uma vez que
os demais mostram superior resolução espacial de imagem, proporcionando assim
melhores detalhes anatômicos do órgão em estudo.
No
entanto, com o aperfeiçoamento de novos
equipamentos juntamente com o desenvolvimento de radiofármacos contendo
elementos com propriedades físicas adequadas, além das propriedades biológicas pois atravessam a
barreira hemato- encefálica íntegra, permitiram que a Medicina Nuclear muito
contribuísse para o diagnóstico dos processos cerebrais, com a avaliação da
perfusão com a técnica de obtenção de imagens por meio da cintilografia
cerebral tomográfica (SPECT).
Cintigrafia de Perfusão Cerebral: avalia a
perfusão sanguínea das várias regiões do cérebro. É injectado um radio fármaco
lipossolúvel no sangue do paciente, que seja capaz de atravessar a Barreira hematoencefálica. Ele é
depois integrado nas membranas celulares dos neurónios.
Na rotina de obtenção de imagens planares
obtém-se as seguintes incidências:
anterior,
posterior, laterais e vértex do crânio.
Visibiliza-se
atividade na região da face, região externa do crânio e pescoço.
Normalmente
não se encontra atividade do radiofármaco no tecido cerebral normal, exceto
quando houver ruptura da barreira hemato-encefálica e, portanto, difusão da
substância radiomarcada para os hemisférios cerebrais.
Aplicações
Clínicas:
a)
Doenças neuropsiquiátricas (demências),
b) Doença
de Parkinson,
c) Doença
Vascular - Isquemia transitória,
d)
Epilepsia,
e) Estudo
da Esquizofrenia,
f)
Avaliação de pacientes que usam drogas, e
g)
Tumores
Estudo dos Espaços Liquóricos
Cisternografia Radioisotópica ou
Mielocintilografia ou Cisternografia Radioisotópica.
Indicações
clínicas: estudo das hidrocefalias e das
fístulas liquóricas
a)
Hidrocefalia obstrutiva: o obstáculo se
encontra no sistema ventricular (hidrocefalias não-
comunicantes).
b)
Hidrocefalia comunicante - há retorno do radiotraçador para os
ventrículos laterais
c)
Síndrome de DANDY-WALKER – há acúmulo do radiotraçador no cisto (obstrução do
orifício
de Magendie).
d)
Síndrome de ARNOLD-CHIARE - (projeção do bulbo e cerebelo para o orifício
occipital).
e)
Fístulas Liquóricas ( Nasais Ou Otológicas) – há atividade em projeção
nasal ou
otológica;
f)
avaliação de patenticidade de dreno ventrículo-peritoneal
.
EXAMES
DIVERSOS
LINFOCINTILOGRAFIA
Linfedema
Usualmente, o linfedema é de diagnóstico
clínico na grande maioria dos pacientes, todavia, a obtenção de imagens permite
melhor compreensão dos fenômenos fisio-patológicos, assim como, possibilitam o
estabelecimento do diagnóstico em determinados casos.
As macromoléculas mais, normalmente,
empregadas são os colóides de trissulfeto de antimônio e o sulfúrico, a
albumina humana e o dextran, todos marcados com Tc-99m
A linfocintilografia permite avaliação
funcional do sistema pois as imagens obtidas dependerão da absorção da
macromolécula pelos linfáticos iniciais e do seu transporte ativo pelos vasos
coletores, ou seja, qualquer imagem obtida reflete a fisiopatologia do sistema
No exame realizado em pacientes com linfedema
de membro inferior ocorre um retardo de absorção e/ou condução do radiofármaco,
refletindo a estase linfática do membro.
É comum o aparecimento de refluxo dérmico em
imagens mais tardias, ou seja, transporte
extravascular da macromolécula injetada,
denotando a destruição dos linfáticos nesta área.
Linfonodo
sentinela em mama
O conceito de Linfonodo Sentinela na Medicina
Nuclear aplicada ao Carcinoma de Mama, é descrito como o primeiro linfonodo a
captar o radiofármaco após administração do mesmo na mama.
Cintilografia
testicular
Indicada no diagnóstico diferencial
de varicocele e entre epididimite versus torção testicular.
Cintilografia da glândula lacrimal
(Dacriocintilografia)
Determinar a presença de obstrução dos
canalículos e do ductolacrimal, ou Síndrome de Sjögren
REFERÊNCIAS
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BIBLIOGRÁFICA SOBRE O USO DA CINTILOGRAFIA MAMÁRIA COM
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