PROTOCOLO
PARA PRESCRIÇÃO DE VASOPRESSINA
Vasopressina é um nonapeptídeo
sintetizado nos núcleos supraópticos e paraventricular do hipotálamo,
transportado e armazenado na neurohipófise, de onde é liberado para a
circulação sistêmica.
A liberação de vasopressina se dá por
aumentos de osmolaridade e queda de volemia.
Outros estímulos podem liberar
vasopressina, como hipercapnia, hipóxia, hipertermia, dor, náusea, morfina e
nicotina.
As vasopressina atua em cinco
receptores específicos. O receptor V1 (V1R) é o responsável pela vasoconstrição
da musculatura lisa. O mecanismo envolve aumento do cálcio intracelular. Outros
receptores são V2, responsável pelo efeito antidiurético; V3, de caracterização
recente, aumenta a secreção do hormônio adrenocorticotrófico. O receptor de
Oxitocina e o receptor Purinérgico (P2) também se ligam à vasopressina.
A vasopressina têm uma meia-vida no
plasma de 10 minutos.
As interações fisiológicas principais
são com os receptores de Angiotensina II que dessensibilizam os receptores V1 e
na modulação da atividade dos receptores beta-adrenérgicos.
Vasopressina é utilizada com diversas
indicações de dois modos, aproveitando o seu efeito vasoconstritor intenso nas
doses maiores em bolus ou então em infusão, visando a reposição hormonal.
No caso de infusão, a recomendação
atual é que a dose não deve exceder 0.04 UI/min e deve ser utilizada em
associação com noradrenalina quando a dose dessa exceder 0.5 mcg/kg/min.
Na injeção em bolus, a dose é de 2 a 4
unidades; ou de 40 Unidades na Parada Cardiocirculatória em substituição à
adrenalina (recomendações de 2005 da American Heart Association)
Na vasodilatação que acompanha a
sepse, ela tem sido empregada em infusão, sempre em associação com
noradrenalina para manter a adequada perfusão tecidual (0.03 U/min).
O emprego de doses em bolus seguidas
de infusão de vasopressina promove intensa vasoconstrição esplâncnica. A
vasoconstrição visceral intensa melhora hemorragias locais e mantem perfusão
cerebral e miocárdica, mas também promove isquemia tecidual que pode ser
tolerada se não for prolongada.
INDICAÇÕES E POSOLOGIAS
Ø Prevenção
e tratamento de distensão abdominal pós-operatória,
Via SC ou IM: Dose 5U a
10U
Ø Radiografia
abdominal
Via IM: 2 injeções de 10U
(2h antes do exame e 30 min antes da exposição dos filmes)
Ø Diabetes insipidus,
Via SC ou IM
Adultos:Dose 5 a
10U,repetidas 2 a 3X/dia se necessário
Pediatria: Dose 2,5 a 5U
a cada 6 a 8 horas.
Via EV: Por acesso
central: 0,001 a 0,003U/kg/h
Ø Hemorragia
gastrintestinal
Via EV
Adultos: Iniciar com
0,2U/min e aumentar em 0,2U/min cada hora até controle da hemorragia, associar ou
não com Bolus de 20U, administrado acima de 30 min.
Pediatria: Dose
0,01U/kg/min
Ø Fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular
refratária à desfibrilação elétrica e assistolia e ressuscitação cardíaca
Via EV:40U em dose única,
seguida de bolus de água destilada ou SF (20ml)
Ø
Choque com vasoplegia e Choque após a
circulação extra-corpórea
Via EV: Dose:
0,01 a 0,04 U/min infusão contínua, por 24 a 96h, em associação com
noradrenalina.
Ø
Choque séptico
Via EV:
Dose 0,03 U/min infusão contínua, por 24 a 96h, em associação com
noradrenalina.
CONTRA-INDICAÇÕES
Ø Hipersensibilidade aos componentes da fórmula,
Ø Nefrite crônica com retenção de nitrogênio.
REAÇÕES ADVERSAS
Anafilaxia, parada cardíaca, palidez perioral,
arritmias, diminuição do débito cardíaco, angina, isquemia do miocárdio,
gangrena, cólicas abdominais, náusea, vômito, eliminação de gases, tremor,
vertigem, sensação de 'pulsação' na cabeça, constrição brônquica, sudorese,
urticária, gangrena cutânea.
APRESENTAÇÃO
Solução injetável de 20
U/ml: Caixa com 10 ampolas de 1 ml.