Realizamos pesquisas no MEDLINE, National Guidelines
Clearinghouse, EBM online, MDConsult e Biblioteca Cochrane por estudos com
desenho metodológico adequado e de boa qualidade, sendo estes:
- Revisão sistemática da literatura
(RS) homogênea de estudos clínicos randomizados;
- Ensaios clínicos randomizados que
comparassem o procedimento proposto com outro tipo de tratamento clínico
ou, eventualmente, cirúrgico;
- Diretrizes clínicas baseadas em
evidências.
Com relação ao bloqueio de nervo periférico, suas
indicações absolutas são:
- Herpes Zoster
- Neurites
- Radiculopatias Periféricas
- Síndrome do túnel do carpo
- Síndrome Piriforme
- Ciatalgia
- Neuralgia
- Ombro Doloroso
- Neuropatias Periféricas
- Cefaléias
Bloqueio Anestésico de
Nervos Cranianos
- Cefaléias rebeldes
- Neuralgias faciais atípicas
- Neuralgia do trigêmio
Nenhuma diretriz clínica ou RS para cada uma das
indicações citadas.
Foram encontrados 2 estudos randomizados (1, 2) sobre
bloqueio craniano para tratamento de
neuralgia do trigêmio, porém em nenhum deles houve comparação com tratamento
clínico.
Bloqueio Anestésico
Plexo Celíaco
Absolutas:
- Dor abdominal oncológica
- Dor de manutenção simpática
- Pancreatite crônica
Relativas:
- Orquialgias
- Dor pélvica crônica
Foi encontrada 1 diretriz clínica baseada em consenso (3)
que indica o bloqueio de plexo celíaco em tumores pancreáticos irressecáveis,
no momento da cirurgia para prevenir ou controlar dor.
Foi encontrado 1 ECR (4) com pequeno número de pacientes,
que comparou o bloqueio de plexo celíaco com pancreaticogastrostomia para dor
secundária a pancreatite crônica, não mostrando diferenças no controle da dor
após os procedimentos e que após 6 meses, o grupo submetido a
pancreaticogastrostomia possuía significativamente menos dor que o grupo do
bloqueio de plexo celíaco.
Foram ainda encontrados 2 ECR (5, 6) que comparam
diferentes técnicas de bloqueio de plexo celíaco.
Não foram encontrados ECRs para as outras indicações
citadas.
Bloqueio Anestésico
Simpático Cérvico- Torácico
Absolutas:
- Doença de Raynaud
- Embolia arterial MMSS
- Injeção acidental de droga
intra-arterial
- Síndrome de Meniere
- Herpes Zoster agudo
- Neuralgia pós-herpética
- Síndrome dolorosa regional
complexa I e II
- Embolia pulmonar
Foram encontradas 3 diretrizes clínicas baseadas em
consensos (7-9) que citam bloqueios simpáticos como um dos possíveis
tratamentos da síndrome dolorosa regional, além de fisioterapia, terapia
medicamentosa seqüencial, modalidades psicossociais, terapia ocupacional,
simpatectomia, placebo, estimulação de cordão espinhal e bomba de morfina.
Foram encontradas 2 RS (10, 11) sobre tratamento de
herpes zoster e neuralgia pós- herpética. No caso de Kumar e colaboradores
(11), a RS se limitou a avaliar diferentes intervenções anestésicas (bloqueios
epidurais, intratecais e simpáticos) com várias substâncias injetadas
(anestésico local – AL, AL + corticóide). Nela, os autores concluem a
necessidade de ECRs para validação de sua eficácia.
A outra revisão (10) avaliou os tratamentos existentes, o
que levou à síntese de evidência para os
tratamento medicamentoso que se mostraram eficazes.
Referem ainda que bloqueios simpáticos com bupivacaína
possivelmente são úteis nos casos refratários, porém não existem ECRs adequados
para mensurar este efeito.
Foi encontrada 1 RS sobre síndrome dolorosa regional
complexa do tipo II (12) que avaliou causas, sintomas e evolução da doença, em
1528 casos de causalgia.
Esta revisão não avaliou estudos de qualidade e concluiu
que os bloqueios simpáticos levaram a uma resposta em 88% dos indivíduos, porém
não menciona tempo, quantificação desse efeito ou redução de necessidade
cirúrgica. Refere ainda que, dos pacientes submetidos à simpatectomia, 94%
foram curados.
Não foram encontradas outras RS ou ECRs comparando o
bloqueio e terapia medicamentosa para as demais indicações citadas.
Bloqueio Anestésico
Simpático Lombar
Absolutas:
- Insuficiência circulatória de
MMII
- Cólica renal
- Síndrome dolorosa complexa I e II
- Dor urogenital intratável
- Dor do membro fantasma
Relativas:
- Acrocianose
- Hiperhidrose
Foram encontradas 3 diretrizes clínicas baseadas em
consensos (7-9) que citam bloqueios
simpáticos como um dos possíveis tratamentos da síndrome dolorosa
regional, além de fisioterapia, terapia medicamentosa seqüencial, modalidades
psicossociais, terapia ocupacional, simpatectomia, placebo, estimulação de
cordão espinhal e bomba de morfina.
Foi encontrada 1 RS sobre síndrome dolorosa regional
complexa do tipo II (12) que avaliou causas, sintomas e evolução da doença, em
1528 casos de causalgia.
Esta revisão não avaliou estudos de qualidade e concluiu
que os bloqueios simpáticos levaram a uma resposta em 88% dos indivíduos, porém
não menciona tempo, quantificação desse efeito ou redução de necessidade
cirúrgica. Refere ainda que, dos pacientes submetidos à simpatectomia, 94%
foram curados.
Não foram encontrados ECRs com desenho metodológico
adequado que avaliasse o bloqueio anestésico simpático lombar para as
indicações propostas na normatização.
Bloqueio Peridural ou
Subaracnóideo com corticóide
Absolutas:
- Lombociatalgias
- Dorsalgias
- Cervicobraquialgias
- Hérnia discal
- Relativas:
- Herpes Zoster
- Fibromialgia
Não foi encontrada nenhuma diretriz clínica sobre este
tema, para nenhuma das indicações
citadas. Não foi encontrado ECR comparando o bloqueio peridural ou
subaracnóideo com tratamento medicamentoso para nenhuma das indicações citadas.
No caso da fibromialgia, nenhum estudo sobre bloqueio
peridural ou subaracnóideo como terapêutica foi encontrado.
Bloqueio de Nervo
Periférico
Absolutas:
- Herpes Zoster
- Neurites
- Radiculopatias periféricas
- Síndrome do túnel do carpo
- Síndrome piriforme
- Ciatalgia
- Neuralgia
- Ombro doloroso,
- Neuropatias periféricas
- Cefaléias
Foram encontradas 2 diretrizes clínicas baseadas em
consenso (13, 14) que citaram o bloqueio de nervo periférico como uma possível
modalidade de tratamento não cirúrgico, juntamente com o uso de
antiinflamatório não esteroidal, corticóide, agentes esclerosantes e
fisioterapia para neuroma intermetatársico e esporão de calcâneo.
Foram encontradas 2 ECRs (1, 15) com desenho metodológico
inadequado para avaliar a real eficácia do procedimento, comparado a outros
tipos de tratamento. Nestes estudos, não houve comparação com outra modalidade
de tratamento, tanto clínico quanto cirúrgico.
Não foram encontradas RS ou ECR adequados para qualquer
outra indicação citada na proposta.
Bloqueio de Prova com
cateter peridural ou subaracnóideo e analgesia por dia subseqüente
- Dor intratável de qualquer
etiologia (principalmente oncológica)
- Pós-operatório
Foi encontrada uma diretriz clínica de 2002 para o manejo
da dor pós-operatória, baseada em evidência (16).
Foram encontradas cinco RS da literatura sobre analgesia
epidural em manejo de dor no pós-operatório (17-21) mostrando que a analgesia
epidural se mostra de eficácia igual ou superior e com segurança suficiente
para controlar melhor a dor no período de pós-operatório de cirurgias de grande
porte quando comparada a analgesia sistêmica, com administração parenteral de
analgésicos ou opióides.
Existem ainda dados que sugerem que a analgesia epidural
pode reduzir morbidades relacionadas com alguns sítios de cirurgia, como IAM e
pneumonias, trazendo maior benefício ao usuário e talvez redução de custos
secundários, apesar de ainda não existirem dados suficientes para concluir esta
afirmação.
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